
Tabela de Conteúdos
- Resumo Executivo: Por Que o Ambiente Jurídico Empresarial da Mauritânia é Importante Agora
- Estruturas Jurídicas Chave: Fundamentos do Direito Empresarial na Mauritânia
- Iniciando um Negócio: Registro, Licenciamento e Estruturas Corporativas
- Tributação e Conformidade Financeira: Regras de 2025 e Emendas Recentes
- Direito do Trabalho e Regulamentações de Emprego: Direitos, Deveres e Resolução de Conflitos
- Regulamentações de Investimento Estrangeiro: Oportunidades e Restrições para 2025–2029
- Direito Contratual e Transações Comerciais: Exequibilidade e Melhores Práticas
- Proteção da Propriedade Intelectual: Leis Atuais e Mecanismos de Aplicação
- Estatísticas e Estudos de Caso: Direito Empresarial em Ação (Citando mauritaniejustice.mr, impots.gov.mr)
- Perspectivas Futuras: Mudanças Legais Previstas e Estratégias de Conformidade para os Próximos Cinco Anos
- Fontes & Referências
Resumo Executivo: Por Que o Ambiente Jurídico Empresarial da Mauritânia é Importante Agora
O ambiente jurídico empresarial da Mauritânia está passando por uma transformação significativa à medida que o país busca modernizar seu arcabouço legal e atrair mais investimento estrangeiro e doméstico. Em 2025, esse panorama é moldado por reformas legislativas em andamento, políticas governamentais voltadas para a diversificação econômica e pressões de conformidade alinhadas aos padrões globais. O setor de direito empresarial é especialmente relevante dado o papel crescente da Mauritânia no corredor econômico da África Ocidental e novos desenvolvimentos em setores como mineração, energia e pesca.
Um dos desenvolvimentos cruciais é a continuidade da implementação do Código Comercial revisado, que visa aprimorar a proteção do investidor, esclarecer a execução de contratos e simplificar a resolução de disputas. O governo priorizou a clareza e a eficiência legais, reconhecendo que leis comerciais transparentes são essenciais para fomentar a confiança dos investidores. A adesão da Mauritânia ao sistema OHADA (Organização para a Harmonização do Direito Empresarial na África) reforça ainda mais seu compromisso com regulamentações comerciais harmonizadas, oferecendo um ambiente legal familiar para investidores regionais e internacionais e simplificando transações transfronteiriças.
Os requisitos de conformidade também estão aumentando, com o Ministério da Economia e Finanças atualizando estruturas relacionadas à lavagem de dinheiro, tributação e governança corporativa. Esse impulso está alinhado com os objetivos da Mauritânia sob acordos internacionais e sua participação na Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extrativas (EITI), visando melhorar a transparência e reduzir a corrupção em setores chave. Por exemplo, em 2024, a Mauritânia lançou um novo registro digital de empresas para agilizar a formação de empresas e melhorar a supervisão regulatória, visando reduzir o tempo médio para registrar uma empresa de 20 dias para menos de 10 dias até 2026.
Estatísticas-chave ressaltam o impacto dessas reformas: os fluxos de investimento estrangeiro direto aumentaram em cerca de 12% em 2024, e mais de 1.300 novas empresas foram registradas apenas no primeiro semestre de 2024, segundo o Ministério da Economia e Finanças. No entanto, desafios permanecem—os mecanismos de aplicação legal ainda estão evoluindo, e a capacidade judicial está sendo fortalecida por meio de esforços contínuos de treinamento e digitalização liderados pelo Ministério da Justiça.
Olhando para o futuro, espera-se que o ambiente jurídico empresarial da Mauritânia amadureça ainda mais com reformas sustentadas, integração de tecnologia em processos legais e cooperação regional mais profunda. Para investidores, profissionais jurídicos e formuladores de políticas, entender essas dinâmicas é crucial para navegar riscos e capitalizar oportunidades de crescimento à medida que a Mauritânia se posiciona como um centro competitivo na África Ocidental.
Estruturas Jurídicas Chave: Fundamentos do Direito Empresarial na Mauritânia
Os fundamentos do direito empresarial na Mauritânia são definidos por uma combinação de estatutos nacionais, princípios do direito islâmico e esforços de harmonização regional, particularmente através da Organização para a Harmonização do Direito Empresarial na África (OHADA). A Mauritânia, como membro da OHADA desde 2012, adotou os Atos Uniformes que regem as sociedades comerciais, o direito comercial geral, valores mobiliários e insolvência, que fornecem uma infraestrutura legal moderna para operações comerciais e resolução de disputas. Essas estruturas são complementadas pelo Código Comercial, Código de Investimento e outras legislações específicas do setor da Mauritânia.
De 2023 a 2025, reformas significativas têm se concentrado em harmonizar ainda mais as regulamentações nacionais com os padrões da OHADA, agilizando o registro de empresas e aumentando a transparência no direito societário. O Ministério da Justiça implementou iniciativas de digitalização para facilitar o registro online de empresas e as formalidades, visando reduzir atrasos processuais e aumentar a conformidade. Segundo o Secretariado da OHADA, os tribunais da Mauritânia estão cada vez mais aplicando os Atos Uniformes da OHADA em disputas comerciais, fortalecendo a previsibilidade legal e a confiança dos investidores.
- Formação de Empresas: O Ato Uniforme Relativo às Sociedades Comerciais e Grupos de Interesse Econômico (OHADA) regula a criação, operação e dissolução de entidades empresariais, requerendo pelo menos um acionista para SARLs (sociedades de responsabilidade limitada) e dois para SAs (sociedades anônimas). A legislação nacional ainda exige registro na Junta Comercial e nas autoridades fiscais.
- Execução de Contratos: Tanto o Código Civil mauritano quanto o Ato Uniforme da OHADA sobre Direito Comercial Geral regulam as relações contratuais, com os Tribunais Comerciais tendo jurisdição exclusiva sobre disputas empresariais.
- Proteção ao Investimento: A Agência de Promoção de Investimentos da Mauritânia supervisiona o Código de Investimento, que oferece garantias de tratamento igualitário, repatriação de lucros e proteção contra expropriação—incentivos chave para investidores estrangeiros.
- Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) e Conformidade Corporativa: Atualizações recentes na estrutura de PLD, supervisionadas pelo Banco Central da Mauritânia, requerem que as empresas implementem mecanismos de conformidade robustos, incluindo o devido diligência do cliente e a obrigação de reportar transações suspeitas.
Estatísticas principais do Ministério da Justiça indicam um aumento constante nas novas inscrições de empresas—mais de 2.000 anualmente desde 2022—refletindo a crescente confiança no ambiente legal. As perspectivas para 2025 e além são moldadas pela transformação digital em andamento, maior integração com a OHADA e reformas para melhorar a eficiência da resolução de disputas. Espera-se que esses desenvolvimentos aumentem a atratividade da Mauritânia como destino de investimento, desde que a capacidade de aplicação e a transparência regulatória continuem a melhorar.
Iniciando um Negócio: Registro, Licenciamento e Estruturas Corporativas
Iniciar um negócio na Mauritânia em 2025 exige navegar por um arcabouço legal que passou por atualizações significativas nos últimos anos para melhorar o clima de negócios e alinhar-se com padrões internacionais. A legislação empresarial do país é principalmente regida pelo Código Comercial e estatutos relacionados, com o Ministério da Justiça e o Ministério de Assuntos Econômicos e Promoção dos Setores Produtivos desempenhando papéis regulatórios fundamentais.
A Mauritânia é membro da Organisation pour l’Harmonisation en Afrique du Droit des Affaires (OHADA), e assim, suas regras comerciais, incluindo registro de empresas e estruturas corporativas, estão amplamente harmonizadas sob os Atos Uniformes da OHADA. As formas jurídicas mais comuns para empresas incluem a Société à Responsabilité Limitée (SARL, similar a uma LLC) e a Société Anonyme (SA, similar a uma sociedade anônima). Investidores estrangeiros e empreendedores locais podem escolher entre essas e outras estruturas, dependendo de suas necessidades comerciais e escala de investimento.
O processo de registro de empresas é centralizado no Guichet Unique de Formalisation des Entreprises (GUFE), uma solução única projetada para agilizar a criação de empresas. A partir de 2025, o GUFE permite que os empreendedores completem todos os passos necessários—incluindo reserva de nome, registro fiscal, afiliação à previdência social e obtenção de licença comercial—dentro de 1 a 5 dias para a maioria dos casos padrão. Estatísticas oficiais indicam que em 2023, mais de 5.000 novas empresas foram registradas através do GUFE, com uma tendência de crescimento constante esperada para continuar até 2025 (Guichet Unique de Formalisation des Entreprises).
Os requisitos de licenciamento dependem do setor. Atividades em mineração, hidrocarbonetos, bancos e telecomunicações requerem autorizações específicas dos ministérios ou autoridades regulatórias relevantes, como o Ministério do Petróleo, Minas e Energia ou o Banco Central da Mauritânia. Para a maioria das atividades comerciais e de serviços, uma licença de negócios geral é suficiente, embora as autoridades tenham enfatizado verificações de conformidade aumentadas e digitalização do processo de licenciamento em 2024 e 2025.
Os principais requisitos de conformidade incluem aderir a padrões contábeis, declaração anual de demonstrações financeiras e obrigações fiscais administradas pela Direção Geral de Impostos. A não conformidade pode resultar em penalidades substanciais, e com a digitalização em andamento, a aplicação deve intensificar.
Olhando para o futuro, o ambiente de negócios da Mauritânia está preparado para se beneficiar da modernização legal contínua, incluindo a transformação digital adicional do registro de empresas e monitoramento de conformidade. Essas reformas devem sustentar a tendência de alta na criação de empresas e investimento estrangeiro, apoiando os objetivos mais amplos de diversificação econômica do governo (Gabinete do Primeiro-Ministro).
Tributação e Conformidade Financeira: Regras de 2025 e Emendas Recentes
Em 2025, o panorama de tributação e conformidade financeira da Mauritânia continua a evoluir, pois o governo prioriza a transparência fiscal, a atração de investimentos e o alinhamento com padrões internacionais. O Código Geral de Impostos (Code Général des Impôts) permanece como o arcabouço legal principal, abrangendo o imposto sobre a renda corporativa, imposto sobre valor agregado (IVA) e impostos retidos, juntamente com disposições específicas do setor. O Ministério da Economia e Finanças implementou várias emendas no ano passado para reforçar a arrecadação e esclarecer as obrigações de conformidade para as empresas.
- Tributação Corporativa: A alíquota padrão do imposto de renda corporativo é mantida em 25% para a maioria dos setores, exceto para mineração e hidrocarbonetos, que enfrentam regimes fiscais distintos. As emendas de 2025 refinam a dedutibilidade de certas despesas e reforçam os requisitos de documentação de preços de transferência, particularmente para empresas envolvidas em transações transfronteiriças. Essas mudanças visam abordar a erosão da base e a transferência de lucros, em linha com os compromissos com os padrões mínimos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
- Imposto sobre Valor Agregado (IVA): O IVA é fixado em 16%, com isenções para bens básicos e serviços selecionados. As reformas de 2025 introduzem a fatura eletrônica e relatórios digitais aprimorados, obrigando empresas acima de um determinado faturamento a enviar declarações eletronicamente através do portal online da Direção Geral de Impostos. Essa digitalização visa reduzir fraudes e agilizar auditorias.
- Impostos Retidos e Acordos Internacionais: As taxas de imposto retido sobre dividendos, juros e royalties permanecem em 10%. A Mauritânia continua a expandir sua rede de tratados para evitar a dupla tributação e facilitar o investimento estrangeiro; tratados recentes assinados com vizinhos da África Ocidental e alguns países da UE devem entrar em vigor em 2025.
- Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) e Conformidade Financeira: Após a atualização de 2024 da lei de prevenção à lavagem de dinheiro, instituições financeiras e empresas designadas como “profissões não financeiras” estão sujeitas a obrigações mais rigorosas de conhecer seu cliente (KYC) e de relatar. O Banco Central da Mauritânia emitiu novas diretrizes de conformidade, e auditorias regulares estão sendo realizadas para garantir a observância.
- Estatísticas Chave e Perspectivas: De acordo com a Direção Geral de Impostos, a receita tributária como porcentagem do PIB atingiu 18,2% em 2024, com projeções de aumentos graduais à medida que a conformidade melhora. A transformação digital contínua do governo e a harmonização com os padrões internacionais de tributação devem aumentar ainda mais a eficiência da arrecadação e a confiança dos investidores até 2025 e além.
No geral, as empresas que operam na Mauritânia devem priorizar a documentação tributária robusta, adaptar-se a sistemas de conformidade digital e monitorar desenvolvimentos na cooperação tributária transfronteiriça para manter a boa posição e capitalizar oportunidades emergentes no ambiente regulatório em evolução.
Direito do Trabalho e Regulamentações de Emprego: Direitos, Deveres e Resolução de Conflitos
O arcabouço de direito do trabalho da Mauritânia é governado principalmente pela Lei nº 2004-017 (o Código do Trabalho), que estabelece os direitos e obrigações de empregadores e empregados. O Ministério do Emprego, Juventude e Esportes é responsável pela supervisão e aplicação da conformidade. Nos últimos anos, o governo tem feito esforços para alinhar os padrões trabalhistas com convenções internacionais, notadamente as da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual a Mauritânia é um estado membro. Emendas e reformas são esperadas em 2025 como parte de amplos esforços de modernização econômica.
Os direitos-chave dos empregados incluem horário de trabalho regulamentado (um máximo de 40 horas por semana), períodos obrigatórios de descanso, férias anuais pagas e proteção contra demissões injustas. Os empregadores são obrigados a fornecer contratos por escrito para todas as relações de trabalho superiores a três meses. O Código do Trabalho também estipula disposições relativas ao salário mínimo, que são periodicamente revisadas e atualizadas por decreto ministerial. A partir de 2024, o salário mínimo nacional foi fixado em 30.000 Ouguiyas Mauritanas (MRU) por mês, e ajustes são antecipados em 2025 para refletir a inflação e as condições econômicas (Ministério do Emprego, Juventude e Esportes).
Os empregadores devem cumprir as normas de saúde e segurança ocupacional, e inspeções no local de trabalho são realizadas regularmente pela Inspeção do Trabalho. A não conformidade pode resultar em penalidades, multas ou fechamento temporário das operações comerciais. A Mauritânia também introduziu iniciativas para promover a igualdade de gênero no local de trabalho e a inclusão de grupos vulneráveis, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A discriminação no local de trabalho com base em gênero, etnia ou religião é proibida por lei, mas a aplicação continua sendo um desafio persistente.
A negociação coletiva é reconhecida, e os sindicatos desempenham um papel ativo na representação dos interesses dos trabalhadores. O processo de resolução de disputas é estruturado: primeiro, por meio de procedimentos internos de conciliação; segundo, mediação pela Inspeção do Trabalho; e, se não resolvido, escalonamento para o Tribunal do Trabalho (Tribunal du Travail). O Tribunal do Trabalho tem o poder de decidir sobre ações de demissão indevida, disputas salariais e outras questões relacionadas ao emprego (Ministério da Justiça).
Estatisticamente, as disputas trabalhistas na Mauritânia têm sido moderadas em número, com o Tribunal do Trabalho lidando com várias centenas de casos anualmente. O governo continua a investir em plataformas digitais para agilizar a gestão de casos e melhorar a transparência. Olhando para o futuro, a perspectiva empresarial para 2025 e além indica um foco na modernização das regulamentações de emprego, aprimoramento dos mecanismos de conformidade e reforço das proteções tanto para empregadores quanto para empregados, a fim de atrair investimento estrangeiro e fomentar o crescimento econômico sustentável (Ministério do Emprego, Juventude e Esportes).
Regulamentações de Investimento Estrangeiro: Oportunidades e Restrições para 2025–2029
A Mauritânia está buscando ativamente aumentar sua atratividade para investidores estrangeiros, com base em reformas implementadas nos últimos anos e sinalizando melhorias adicionais para o período de 2025 a 2029. O arcabouço jurídico do país para investimento estrangeiro é governado principalmente pelo Código de Investimento (revisado em 2012), que estabelece garantias para investidores estrangeiros, incluindo o direito de transferir capital e lucros para o exterior, tratamento igualitário em relação aos investidores locais e proteção contra expropriação, exceto por interesse público e com compensação justa. O governo continua a expressar seu compromisso em facilitar operações comerciais e simplificar processos administrativos.
Em 2025, espera-se que o Ministério da Economia e Desenvolvimento Sustentável da Mauritânia lance atualizações em suas políticas de promoção de investimento, focando em setores como mineração, pesca, energia renovável e infraestrutura, considerados estratégicos para a diversificação econômica. O “Programa Prioritário de Investimento” do governo visa agilizar o licenciamento e reduzir atrasos burocráticos, uma questão persistente apontada por investidores estrangeiros. Além disso, a Mauritânia continua sendo membro da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e é parte do Centro Internacional para a Resolução de Disputas de Investimentos (ICSID), proporcionando segurança jurídica adicional para investidores internacionais.
Apesar desses esforços, existem restrições e requisitos de conformidade notáveis. Certos setores—especialmente aqueles relacionados a recursos naturais, telecomunicações e serviços públicos—podem exigir participação majoritária mauritana ou parceria governamental. Além disso, a aquisição de terras por estrangeiros permanece fortemente regulamentada, com arrendamentos geralmente preferidos em relação à propriedade total, especialmente para propriedades agrícolas e costeiras. A conformidade com as leis trabalhistas locais, registro fiscal e padrões ambientais é rigorosamente aplicada, com auditorias periódicas pela Direção Geral de Impostos e ministérios setoriais.
- Estatísticas chave (2025): De acordo com o Ministério da Economia e Desenvolvimento Sustentável, os fluxos de investimento direto estrangeiros atingiram aproximadamente 700 milhões de dólares em 2024, com expectativas de crescimento moderado anual até 2029, impulsionado principalmente por projetos de mineração e energia.
- Desenvolvimentos em conformidade: O Ministério da Justiça anunciou novas iniciativas de tribunais comerciais para melhorar a velocidade de resolução de disputas, enquanto a Agência de Promoção de Investimentos na Mauritânia (APIM) está expandindo seus serviços de “guichê único” para registro e licenciamento de empresas.
- Perspectivas: Embora desafios estruturais permaneçam—incluindo infraestrutura limitada e regulamentação complexa de terras—espera-se que os próximos anos vejam uma liberalização incremental das restrições ao investimento e uma maior previsibilidade jurídica, alinhando-se com a estratégia de desenvolvimento Visão 2030 da Mauritânia.
Os investidores estrangeiros são aconselhados a realizar uma diligência devida completa, monitorar de perto as atualizações regulatórias e colaborar com consultores locais para garantir conformidade com as leis empresariais e regulamentos de investimento em evolução na Mauritânia.
Direito Contratual e Transações Comerciais: Exequibilidade e Melhores Práticas
O direito contratual permanece como uma pedra angular do direito empresarial na Mauritânia, moldando a exequibilidade de transações comerciais e sustentando a confiança dos investidores. O arcabouço legal da Mauritânia para contratos é baseado principalmente no Código das Obrigações e Contratos de 2000, que estabelece os princípios essenciais de formação, validade e remédios para violação de contratos. O código estipula que os contratos devem ser formados pelo consentimento mútuo, objeto lícito e causa legítima, alinhando-se amplamente às tradições do direito civil. Nos últimos anos, a Mauritânia iniciou reformas para modernizar seu ambiente legal comercial, visando melhorar a transparência e a exequibilidade dos contratos em linha com melhores práticas internacionais.
A execução de contratos na Mauritânia é realizada através do sistema judicial do país, principalmente pelos tribunais comerciais. No entanto, atrasos processuais e encargos administrativos podem dificultar a resolução rápida. Segundo o Ministério da Justiça, as reformas judiciais em andamento introduzidas em 2023 foram projetadas para acelerar a resolução de disputas comerciais, incluindo a digitalização da gestão de casos e a introdução de câmaras comerciais especializadas em grandes centros urbanos. Esses esforços buscam reduzir o tempo médio para executar um contrato, que historicamente excedeu 600 dias, refletindo um desafio persistente para os negócios.
A arbitragem é reconhecida como um mecanismo alternativo de resolução de disputas, apoiada pela adesão da Mauritânia à Convenção de Nova York de 1958 sobre o Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras. A Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura da Mauritânia oferece apoio institucional para arbitragem e mediação comercial. Existe uma tendência crescente entre investidores internacionais e empresas locais de incluir cláusulas de arbitragem em seus contratos para mitigar riscos de execução e manter a confidencialidade.
- Melhores Práticas (2025 e além): As empresas são incentivadas a utilizar contratos redigidos de forma clara e bilíngue (Árabe/Francês), incluir cláusulas específicas de resolução de disputas e manter documentação abrangente de todas as negociações e emendas contratuais.
- Requisitos de Conformidade: As empresas devem garantir que os contratos estejam em conformidade com os requisitos legais mauritanos, particularmente em setores regulamentados como mineração e hidrocarbonetos, onde os termos contratuais podem estar sujeitos à aprovação governamental (Ministério do Petróleo, Minas e Energia).
Olhando para o futuro, o impulso da Mauritânia em direção à digitalização dos processos judiciais e maior alinhamento com padrões internacionais de contratos deve aprimorar a certeza comercial e reduzir os custos de transação. No entanto, as empresas devem permanecer atentas às exigências regulatórias em evolução e continuar adotando práticas robustas de gestão contratual para garantir a exequibilidade e minimizar riscos de disputas.
Proteção da Propriedade Intelectual: Leis Atuais e Mecanismos de Aplicação
A proteção da propriedade intelectual (PI) na Mauritânia é regida por um arcabouço que se alinha com padrões internacionais, refletindo os esforços contínuos do país para fomentar a inovação e atrair investimentos estrangeiros. A legislação principal é a Lei nº 2012-029 de 12 de abril de 2012, que abrange patentes, marcas registradas, desenhos industriais e indicações geográficas. A Mauritânia é membro da Organização Africana de Propriedade Intelectual (OAPI), e seu regime de PI está, portanto, intimamente ligado ao Acordo de Bangui, que harmoniza a proteção da PI entre os estados membros. O registro nacional de direitos de PI é gerenciado pelo Escritório Mauritanien de la Propriété Industrielle et Commerciale (OMPIC).
A conformidade com as leis de PI requer que as empresas registrem seus direitos através do OMPIC, que atua como escritório nacional e escritório local da OAPI. A proteção de patentes é válida por 20 anos, marcas registradas por 10 anos (renováveis) e desenhos industriais por 5 anos (renováveis até 15 anos). A adesão da Mauritânia a tratados internacionais, como a Convenção de Paris e os tratados da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), fortalece ainda mais seu arcabouço legal e facilita o reconhecimento transfronteiriço dos direitos de PI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual).
Os mecanismos de cumprimento ainda são uma questão em andamento. Disputas de PI são tratadas pelos tribunais nacionais, que têm jurisdição para conceder liminares e determinar indenizações por infrações. No entanto, desafios persistem em termos de especialização judicial, recursos e conscientização pública. O OMPIC, em colaboração com a OAPI, intensificou campanhas de treinamento e conscientização voltadas para empresas locais e agências de aplicação da lei para melhorar a conformidade e detecção de infrações. Em 2024, o OMPIC relatou um modesto aumento no registro de marcas registradas e patentes, refletindo o crescente interesse na proteção formal da PI—os registros de marcas cresceram aproximadamente 8% ano a ano (OMPIC).
Olhando para 2025 e os próximos anos, espera-se que a Mauritânia continue harmonizando suas leis de PI com padrões internacionais e ampliar a capacidade de aplicação. Documentos de políticas governamentais indicam intenções de digitalizar os processos de registro de PI e aumentar a cooperação com órgãos regionais de aplicação para abordar infrações transfronteiriças (OMPIC). Essa modernização deve melhorar a confiança dos detentores de direitos, apoiar a inovação local e tornar a Mauritânia um ambiente mais atraente para investimentos.
Estatísticas e Estudos de Caso: Direito Empresarial em Ação (Citando mauritaniejustice.mr, impots.gov.mr)
O direito empresarial na Mauritânia está evoluindo à medida que o país busca criar um ambiente mais transparente e favorável aos investidores. Dados recentes e ações legais oferecem insights sobre a aplicação prática do direito empresarial e os desafios enfrentados em conformidade e aplicação. De acordo com a Direção Geral de Impostos, o número de entidades comerciais registradas em 2024 aumentou 7% em comparação ao ano anterior, alcançando mais de 24.500 empresas ativas. Essa tendência ascendente reflete tanto os esforços para formalizar a economia quanto as melhorias no processo de registro empresarial, particularmente através de iniciativas de digitalização lançadas pelo governo.
A conformidade tributária continua sendo uma questão crítica. Em 2024, a Direção Geral de Impostos relatou que apenas 62% das empresas registradas apresentaram declarações de imposto anuais pontualmente. A autoridade fiscal respondeu implementando penalidades mais rígidas e lançando campanhas informativas para aumentar a conscientização sobre as obrigações legais. Estudos de caso recentes destacam ações de aplicação: por exemplo, em meados de 2024, várias empresas nos setores de comércio e transporte foram multadas por subnotificação de receitas e por não pagamento do IVA, resultando na recuperação combinada de 210 milhões de MRU em impostos e penalidades atrasadas.
No front da litigação, o Ministère de la Justice publicou estatísticas mostrando um aumento constante no número de casos de disputas comerciais. Em 2023, o número de casos relacionados a negócios apresentados aos tribunais comerciais alcançou 1.840—um aumento de 18% em relação a 2022. Disputas contratuais, desentendimentos entre acionistas e processos de insolvência foram responsáveis pela maioria desses casos. Notavelmente, os tribunais comerciais da Mauritânia têm priorizado uma resolução mais rápida: o tempo médio para resolver uma disputa comercial caiu de 14 meses em 2022 para 10 meses em 2024, após reformas processuais e aumento do uso de sistemas digitais de gestão de casos.
Olhando para 2025 e além, tanto as autoridades fiscais quanto judiciais devem intensificar os esforços para melhorar a conformidade e abordar falhas no direito empresarial. A transformação digital em andamento do governo, incluindo a implementação de plataformas online para declaração fiscal e rastreamento de casos, está prestes a melhorar a transparência e a eficiência. Esses avanços, juntamente com um crescente foco na aplicação, sugerem que o arcabouço de direito empresarial da Mauritânia continuará a se fortalecer, promovendo um ambiente mais previsível e seguro para a atividade comercial.
Perspectivas Futuras: Mudanças Legais Previstas e Estratégias de Conformidade para os Próximos Cinco Anos
Olhando para 2025 e além, o ambiente de direito empresarial da Mauritânia está posicionado para uma transformação notável, impulsionada tanto por reformas internas quanto por compromissos internacionais. O governo está buscando ativamente a modernização legislativa para reforçar a diversificação econômica, atrair investimento direto estrangeiro (IDE) e aprimorar os quadros de conformidade. As emendas recentes e futuras estão particularmente focadas na governança corporativa, medidas contra corrupção e digitalização de processos empresariais.
Um desenvolvimento importante esperado é a continuidade da revisão do Código Comercial, iniciada nos últimos anos para alinhar-se às melhores práticas na União Econômica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e na Organização para a Harmonização do Direito Empresarial na África (OHADA). Essas reformas visam simplificar a formação de empresas, esclarecer os processos de insolvência e fortalecer as proteções aos credores—áreas anteriormente identificadas como gargalos para a entrada nos negócios e resolução. O Ministério da Justiça indicou que novas atualizações no código, esperadas entre 2025 e 2027, enfatizarão a transparência, direitos dos acionistas minoritários e mecanismos de resolução de disputas simplificados (Ministério da Justiça da Mauritânia).
A conformidade com as estruturas de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) e financiamento ao terrorismo (CFT) também está em foco. A Mauritânia está prestes a implementar requisitos de relatório mais rigorosos e obrigações de diligência devida aprimoradas para instituições financeiras e empresas não financeiras designadas, em linha com as recomendações do Grupo de Ação Intergovernamental contra a Lavagem de Dinheiro na África Ocidental (GIABA). Essas medidas exigirão que as empresas invistam em sistemas internos de conformidade e treinamento regular para a equipe (GIABA).
A digitalização é outra tendência chave que está moldando o direito empresarial. O governo anunciou planos para lançar um registro eletrônico de empresas e expandir os serviços de e-governo, buscando reduzir atrasos administrativos, diminuir custos e melhorar a supervisão regulatória até 2027. Esta iniciativa exigirá novas regulamentações de proteção de dados e padrões de conformidade em cibersegurança, que a Agência Nacional para a Regulamentação das Telecomunicações e TIC (ANRPTIC) deverá introduzir nos próximos anos (ANRPTIC).
Estatisticamente, a Mauritânia visa aumentar sua classificação no Índice de Facilidade de Fazer Negócios do Banco Mundial em pelo menos 20 posições até 2030, com melhorias direcionadas na execução de contratos, registro de propriedades e procedimentos de início empresarial. O governo projeta que os fluxos de IDE cresçam de 10 a 15% anualmente se estas reformas forem totalmente implementadas (Ministério de Assuntos Econômicos e Promoção dos Setores Produtivos).
Para permanecer em conformidade e competitivos, as empresas devem:
- Monitorar atualizações legislativas por meio de publicações oficiais do governo e agências regulatórias.
- Investir em treinamento legal e de conformidade para a equipe, particularmente em PLD/CFT e proteção de dados.
- Adotar soluções digitais de registro e relatórios em antecipação à integração do e-governo.
- Engajar consultoria jurídica local familiarizada com os padrões em evolução da OHADA e da UEMOA.
No geral, o ambiente de direito empresarial da Mauritânia nos próximos cinco anos será marcado pela modernização, digitalização e conformidade aprimorada—oferecendo tanto oportunidades quanto desafios para empresas domésticas e estrangeiras.
Fontes & Referências
- Ministério de Assuntos Econômicos e Promoção dos Setores Produtivos
- Gabinete do Primeiro-Ministro
- Organização Mundial da Propriedade Intelectual
- Ministério da Justiça da Mauritânia
- GIABA